Custos de Material de Construção

27/09/2021

Os custos de materiais de construção têm sofrido constantes altas e ao que tudo indica este cenário irá se manter, esta escala crescente provoca dificuldades no setor da construção civil.

No processo de construção profissional há um laço entre a cadeia industrial, a construtora e a compradora. E é justamente os custos do material de construção. E isso porque se a indústria vende mais caro a construtora terá mais gasto para construir. E venderá mais caro para garantir sua margem de lucro. Já o comprador pensará duas vezes antes de comprar, por sentir que os preços estão maiores.

Trata-se de uma matemática difícil de manter visto os empecilhos de ambos os lados. Entretanto, sua raiz está na obra-prima dos materiais de construção e isso está gera uma equação difícil de ser resolvida.

De acordo com a FGV, em setembro o aumento foi de 0,56%. Isso representa um aumento de 11,99% no ano e de 16,37% no acumulado de 12 meses. Se comparado ao ano de 2020 este é três vezes maior.

Os efeitos sentidos nos custos dos materiais de construção se devem, dentre outros fatores, à alta do dólar e à desvalorização do real. Esses dois fatores juntos estão causando tal situação ao setor de construção. Afinal, não se trata apenas de uma pequena oscilação, mas sim de uma constante de altas que parece não ter fim.

E o mais complexo de se lidar nesse sentido é que de fato ainda não é possível ver a luz no fim do túnel. Porque infelizmente a tendência do mercado é que o dólar continue subindo. E pela conjuntura interna, a tendência é que o real continue se desvalorizando.

Caso o real conseguisse se valorizar, o problema seria minimizado. Entretanto, não é o que aparentemente acontecerá no curto ou médio prazo. Portanto, o risco de novos aumentos acontecerem nos próximos meses é grande. E é o mais provável de acontecer.

O Brasil tem muitas indústrias que fabricam os materiais de construção. E essas são bem estabelecidas no mercado, atendendo bem a demanda do mercado interno. Entretanto, há uma profunda carência de empresas que procedam o refinamento da matéria prima. Portanto, há uma grande demanda pela importação desses serviços.

E o resultado disso é que a importação obedece impreterivelmente às regras do mercado internacional. Neste o dólar é a principal moeda de cotação. E em sendo assim, a valorização do dólar pressiona os custos de materiais de construção para cima.

Embora a produção de materiais de construção da indústria brasileira seja forte e atenda a demanda interna, a verdade é que os serviços foram impactados pela pandemia da COVID-19. Pois a produção diminuiu e agora, com a retomada da economia, os custos de materiais de construção sofreram um aumento significativo.

Esse efeito se deu sobretudo por causa da lei da oferta e da procura. Como as pessoas passaram a procurar um serviço que tinha pouca oferta, o mercado decidiu vender para quem pudesse pagar mais. Essa é uma máxima do mercado capitalista.

O mercado imobiliário reage com intenso mau humor às altas nos preços dos materiais de construção. E tem razões para isso porque o preço do produto final ao consumidor tende a sofrer mais elevações e deixar clientes insatisfeitos.

Especialmente porque o processo de venda está ligado ao poder de compra das pessoas. E com a crise econômica esse tende a diminuir e deixar as pessoas mais cautelosas antes de fazer uma dívida. Portanto, com o alto custo dos materiais de construção, o mercado imobiliário não tem o que comemorar.

Nesse sentido, se torna imprescindível profissionais e empresas do ramo otimizar a gestão de sua obra e melhorar os processos para que desta maneira diminuíam perdas de matéria prima e maior eficiência de recursos.

Porém na contramão dos preços, os bancos estão diminuindo suas taxas de juros para financiamentos imobiliários. A taxa mínima de financiamento passará de 3,35% ao ano mais o rendimento da poupança (SBPE) para 2,95% ao ano mais o rendimento da poupança.

Porém no que diz o futuro dos preços dos materiais de construção ainda é muito incerto. Ao que tudo indica, a possibilidade é que continuem a subir nos próximos meses. E assim, continuarão pressionando os preços dos imóveis. Em um cenário otimista, pode ser que em algum momento o custo do material de construção se mantenha durante algum tempo porém, não está no horizonte o recuo dos preços.

Texto: Aline Gonçalves Pires

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